28 de fev. de 2011

Barulho é tema da 'Reunião de Condomínio' Parte 1



Domingo passado, no primeiro episódio de "Reunião de Condomínio", dois vizinhos entraram em conflito por causa de uma festa de aniversário. Ela reclamava do som alto: “A minha casa estremece” Mas para ele, o pai da aniversariante, “Eu estou dentro do meu direito. Estou errado?”

“Agora eu tenho que ir embora para um hotel, dormir num hotel, porque eu não posso ficar na minha casa”, reclama a moradora.

“Na verdade, eu tive, assim, um dia de fúria, né?, diz a moradora que pediu para não ser identificada. “O barulho perturba, né? Naquele dia me senti muito perturbada, muito perturbada mesmo”.

“Eram 20h30. Eu tinha chegado cansada do trabalho naquele dia com a minha família. Eu tenho dois empregos e tudo o que eu queria era deitar no meu sofá e assistir um pouquinho de televisão. Eu queria só que respeitassem o meu direito”, justifica.

Ela não está sozinha. Das 6,5 mil ocorrências registradas todos os dias pela Polícia Militar na capital paulista, 500 são reclamações de barulho. Um total de 15 mil chamados por mês.

“Eu tenho vizinhos que andam de salto alto às 22h, 23h. Parece que está desfilando”, reclama um morador.

“Eu tenho um vizinho que escolhe meia-noite para brigar com a esposa dele. Ontem foi da meia-noite às 2h. Bate porta, ela começa a chorar, isso de janela aberta”, conta uma moradora.

Quando não são tapas, são beijos.

“Eu tenho um problema de barulho, assim, nas intimidades. Com o vizinho lá do andar”, conta.

“As pessoas fazem o que querem, porque acham que estão pagando", diz a professora Cilene Leite.

Pacificar os vizinhos é a missão de Átila, Sheila, Marco Antônio e Amíssella - os quatro moradores que aceitaram o desafio de trocar de lugar com o síndico.

“É meio estressante”, admite Amissella Andriella da Motta, de 18 anos.

A reunião de condomínio já começou.

Quinta-feira, 8 de outubro, 11º dia
Hora: 22:30h

Os quatro voluntários se reúnem para decidir o que fazer. Nem eles conseguem definir o que seria um nível aceitável de barulho.

“O problema é que a maioria dos homens não tem consciência, quando ele vai fazer o xixi dele, ele mira lá na privadinha, lá na água. Rapaz, aquilo faz um barulho tão grande na casa do vizinho de baixo. Incomoda”, diz o motorista Marco Antônio Silva.

“Eu acho que esse tipo de reclamação é inviável”, avalia a assistente de importação Sheila Regina Júlio.

“Se eu fizer uma festa, um churrasco às 18h, e a pessoa reclamar, ela não tem direito nenhum de reclamar”, diz o vendedor Átila Lucchese.

“Você pode reclamar qualquer horário. Não tem das 22h em diante”, aponta Sheila.

Muita gente acha que durante o dia vale tudo.

“Ou seja: das 6h às 22h, eu posso fazer o barulho que quiser porque não tem nenhuma lei do silêncio vigorando. Isso não é bem verdade”.

“Qualquer barulho exagerado, durante o dia, inclusive, pode, sim, ser comunicado ao síndico, pode, sim, gerar uma advertência, uma penalidade. Mais ainda: existe uma lei federal que fala de perturbação ao sossego. Aquele que, repetidamente, atrapalha o sossego do vizinho pode ser processado criminalmente e, olha, pode ser condenado”, afirma o advogado Márcio Rachkorsky.

Para resolver a polêmica da semana passada, Átila propõe uma reconciliação entre a família que deu a festa e a vizinha incomodada: “Seria o que o plano de ação? Uma pessoa conversar com a moradora do bloco um, depois a gente vai conversar com o Ricardo, e vamos marcar uma reunião com os dois”.

Amíssella consegue convencer Ricardo.

“Deixei você exaltada? Eu sou o pai da menina da festa. Juro que eu tentei deixar o som o mais baixinho possível. Juro que a intenção não foi te prejudicar. Foi a primeira vez que eu fiz a festinha. Eu fiquei até chateado, falei ‘deixei a moça constrangida’, e eu não sou esse tipo de gente, sabe?”, aponta Ricardo.

“Não tem por que tantos problemas se todo mundo tiver bom senso, não é verdade?”, pergunta Adriana.

Problemas de saúde em família obrigaram a moradora a vender o apartamento. Mas não é só ela que está feliz com a mudança.
Domingo passado, no primeiro episódio de "Reunião de Condomínio", dois vizinhos entraram em conflito por causa de uma festa de aniversário. Ela reclamava do som alto: “A minha casa estremece” Mas para ele, o pai da aniversariante, “Eu estou dentro do meu direito. Estou errado?”

“Agora eu tenho que ir embora para um hotel, dormir num hotel, porque eu não posso ficar na minha casa”, reclama a moradora.

“Na verdade, eu tive, assim, um dia de fúria, né?, diz a moradora que pediu para não ser identificada. “O barulho perturba, né? Naquele dia me senti muito perturbada, muito perturbada mesmo”.

“Eram 20h30. Eu tinha chegado cansada do trabalho naquele dia com a minha família. Eu tenho dois empregos e tudo o que eu queria era deitar no meu sofá e assistir um pouquinho de televisão. Eu queria só que respeitassem o meu direito”, justifica.

Ela não está sozinha. Das 6,5 mil ocorrências registradas todos os dias pela Polícia Militar na capital paulista, 500 são reclamações de barulho. Um total de 15 mil chamados por mês.

“Eu tenho vizinhos que andam de salto alto às 22h, 23h. Parece que está desfilando”, reclama um morador.

“Eu tenho um vizinho que escolhe meia-noite para brigar com a esposa dele. Ontem foi da meia-noite às 2h. Bate porta, ela começa a chorar, isso de janela aberta”, conta uma moradora.

Quando não são tapas, são beijos.

“Eu tenho um problema de barulho, assim, nas intimidades. Com o vizinho lá do andar”, conta.

“As pessoas fazem o que querem, porque acham que estão pagando", diz a professora Cilene Leite.

Pacificar os vizinhos é a missão de Átila, Sheila, Marco Antônio e Amíssella - os quatro moradores que aceitaram o desafio de trocar de lugar com o síndico.

“É meio estressante”, admite Amissella Andriella da Motta, de 18 anos.

A reunião de condomínio já começou.

Quinta-feira, 8 de outubro, 11º dia
Hora: 22:30h

Os quatro voluntários se reúnem para decidir o que fazer. Nem eles conseguem definir o que seria um nível aceitável de barulho.

“O problema é que a maioria dos homens não tem consciência, quando ele vai fazer o xixi dele, ele mira lá na privadinha, lá na água. Rapaz, aquilo faz um barulho tão grande na casa do vizinho de baixo. Incomoda”, diz o motorista Marco Antônio Silva.

“Eu acho que esse tipo de reclamação é inviável”, avalia a assistente de importação Sheila Regina Júlio.

“Se eu fizer uma festa, um churrasco às 18h, e a pessoa reclamar, ela não tem direito nenhum de reclamar”, diz o vendedor Átila Lucchese.

“Você pode reclamar qualquer horário. Não tem das 22h em diante”, aponta Sheila.

Muita gente acha que durante o dia vale tudo.

“Ou seja: das 6h às 22h, eu posso fazer o barulho que quiser porque não tem nenhuma lei do silêncio vigorando. Isso não é bem verdade”.

“Qualquer barulho exagerado, durante o dia, inclusive, pode, sim, ser comunicado ao síndico, pode, sim, gerar uma advertência, uma penalidade. Mais ainda: existe uma lei federal que fala de perturbação ao sossego. Aquele que, repetidamente, atrapalha o sossego do vizinho pode ser processado criminalmente e, olha, pode ser condenado”, afirma o advogado Márcio Rachkorsky.

Para resolver a polêmica da semana passada, Átila propõe uma reconciliação entre a família que deu a festa e a vizinha incomodada: “Seria o que o plano de ação? Uma pessoa conversar com a moradora do bloco um, depois a gente vai conversar com o Ricardo, e vamos marcar uma reunião com os dois”.

Amíssella consegue convencer Ricardo.

“Deixei você exaltada? Eu sou o pai da menina da festa. Juro que eu tentei deixar o som o mais baixinho possível. Juro que a intenção não foi te prejudicar. Foi a primeira vez que eu fiz a festinha. Eu fiquei até chateado, falei ‘deixei a moça constrangida’, e eu não sou esse tipo de gente, sabe?”, aponta Ricardo.

“Não tem por que tantos problemas se todo mundo tiver bom senso, não é verdade?”, pergunta Adriana.

Problemas de saúde em família obrigaram a moradora a vender o apartamento. Mas não é só ela que está feliz com a mudança.



Matéria do fantástico dia 18/10/2009

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